A Constelação Sistêmica e os diferentes níveis das Consciências
Nas constelações sistêmicas Bert Hellinger preconiza a existência de três níveis de consciências. A saber: consciência pessoal, consciência de clã e consciência universal.
Nesses três níveis de consciências encontram-se as leis fundamentais que direcionam os relacionamentos humanos. Relacionamentos que podem fortalecer ou enfraquecer a alma. Depende de como acontecem no sistema.
Das três leis do Amor derivam as condições do sentir
de cada consciência.
Você me pergunta quais são mesmo essas leis?
Respondo a você que anda meio distraído nas aulas de
Aprimoramento Pessoal: São as seguintes: Pertencimento; Equilíbrio entre dar
e receber e Ordem de chegada ao sistema.
É...
e como é que sentimos essa consciência? É a pergunta adequada da
sequência e essa, você, querido leitor, já deve estar se fazendo. Fico alegre
com sua curiosidade.
Sentimos como culpa ou
inocência. 
Explico.
Quando estamos lidando com a Lei do Pertencimento
sentimos:
a) culpa quando experimentamos a exclusão e ou
distanciamento;
b) inocência quando experimentamos conforto e
proximidade. 
Quando lidamos com a Lei do Equilíbrio entre dar e
receber sentimos:
a) culpa quando experimentamos a obrigação;
b) inocência quando experimentamos a liberdade ou
reivindicação.
Quando lidamos com a Lei da ordem de chegada sentimos:
a) culpa quando experimentamos a transgressão e medo
da punição;
b) inocência como retidão e lealdade.
Aqui, caro leitor, tomo de empréstimo alguns tópicos
de Howard J. Clinebelli sobre a culpa apropriada e a culpa neurótica.
“A culpa apropriada resulta de qualquer comportamento
que de fato prejudica ou diminui a integralidade das pessoas – a minha própria
ou a de outras. (...) Ela é consequência da violação intencional dos valores
que o lado maduro de nossa consciência considera autênticos e significativos.”

A culpa neurótica continua o autor: “não é o resultado
real do dano que causamos intencionalmente às pessoas. (...) esse lado imaturo
de nossa consciência é motivado pelo medo de punição e rejeição, e não por um
empenho positivo por aquilo que sinceramente afirmamos como bom. Sentimentos de
culpa neurótica resultam principalmente da violação de proibições parentais
internalizadas.” (p. 136).
As ações das pessoas promovem um desequilíbrio
constante no sistema. Verdade. É esperado que a direção ao equilíbrio seja
mantida. O sistema é vivo e orgânico. Isto é, a cada mudança haverá uma memória
nova... e o sistema se renova para alcançar um novo equilíbrio.
Finalizo com um belíssimo texto de Hellinger em “A
amor do Espírito”
.
“Somente o que vem a seguir é novo. Somente aquilo que
está na nossa frente, a seguir, solicita-nos de forma criativa. O que acontece,
então, com o passado? O que acontece com aquilo que não foi concluído? O que acontece
com a culpa e as suas consequências? O que acontece se permanecermos com o que
já passou? Perdeu o novo, o criativo. Perdemos aquilo que nos leva adiante.”
(p.65).
Olhar à frente, caminhar para frente e levar junto, com respeito o já vivido. Deixar no passado o passado. As memórias, essas, podem ter outros significados. É assim!
Com gratidão e reverência aos meus possíveis dois
leitores,
Vilma Toneloto.
Para saber mais:
CLINEBELLI,Howard J. Aconselhamento Pastoral: modelo
centrado em libertação e crescimento. São Paulo: Paulinas: São
Leopoldo, R.S: Sinodal, 1987. (427p.).
***Todas as imagens foram capturadas no Google Imagens.