quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os diferentes níveis de Consciência na Constelação Sistêmica





A Constelação Sistêmica e os diferentes níveis das Consciências  





Nas constelações sistêmicas Bert Hellinger preconiza a existência de três níveis de consciências. A saber: consciência pessoal, consciência de clã e consciência universal.


Nesses três níveis de consciências encontram-se as leis fundamentais que direcionam os relacionamentos humanos. Relacionamentos que podem fortalecer ou enfraquecer a alma. Depende de como acontecem no sistema.



Das três leis do Amor derivam as condições do sentir de cada consciência.

Você me pergunta quais são mesmo essas leis? 

Respondo a você que anda meio distraído nas aulas de Aprimoramento Pessoal:  São as seguintes: Pertencimento; Equilíbrio entre dar e receber e Ordem de chegada ao sistema.

É... e como é que sentimos essa consciência? É a pergunta adequada da sequência e essa, você, querido leitor, já deve estar se fazendo. Fico alegre com sua curiosidade.

Sentimos como culpa ou inocência. 




Explico.












Quando estamos lidando com a Lei do Pertencimento sentimos:


a) culpa quando experimentamos a exclusão e ou distanciamento;
b) inocência quando experimentamos conforto e proximidade. 


Quando lidamos com a Lei do Equilíbrio entre dar e receber sentimos:
a) culpa quando experimentamos a obrigação;
b) inocência quando experimentamos a liberdade ou reivindicação.
                                 
                                                    

Quando lidamos com a Lei da ordem de chegada sentimos:
a) culpa quando experimentamos a transgressão e medo da punição;
b) inocência como retidão e lealdade.




Aqui, caro leitor, tomo de empréstimo alguns tópicos de Howard J. Clinebelli sobre a culpa apropriada e a culpa neurótica.
“A culpa apropriada resulta de qualquer comportamento que de fato prejudica ou diminui a integralidade das pessoas – a minha própria ou a de outras. (...) Ela é consequência da violação intencional dos valores que o lado maduro de nossa consciência considera autênticos e significativos.”
                                                   
                                                         


A culpa neurótica continua o autor: “não é o resultado real do dano que causamos intencionalmente às pessoas. (...) esse lado imaturo de nossa consciência é motivado pelo medo de punição e rejeição, e não por um empenho positivo por aquilo que sinceramente afirmamos como bom. Sentimentos de culpa neurótica resultam principalmente da violação de proibições parentais internalizadas.” (p. 136).
                                                              
O que tudo isso me ensina sobre as consciências na Constelação Sistêmica?  Hellinger  afirma que os sentimentos de culpa e inocência estão sempre presentes nos relacionamentos humanos.

As ações das pessoas promovem um desequilíbrio constante no sistema. Verdade. É esperado que a direção ao equilíbrio seja mantida. O sistema é vivo e orgânico. Isto é, a cada mudança haverá uma memória nova... e o sistema se renova para alcançar um novo equilíbrio.



                                         





   Finalizo com um belíssimo texto de Hellinger em “A amor do Espírito”


.
“Somente o que vem a seguir é novo. Somente aquilo que está na nossa frente, a seguir, solicita-nos de forma criativa. O que acontece, então, com o passado? O que acontece com aquilo que não foi concluído? O que acontece com a culpa e as suas consequências? O que acontece se permanecermos com o que já passou? Perdeu o novo, o criativo. Perdemos aquilo que nos leva adiante.” (p.65). 
                                                                                         

Olhar à frente, caminhar para frente e levar junto, com respeito o já vivido. Deixar no passado o passado. As memórias, essas, podem ter outros significados. É assim! 


Com gratidão e reverência aos meus possíveis dois leitores,

 
  
Vilma Toneloto.

Para saber mais:


CLINEBELLI,Howard J. Aconselhamento Pastoral: modelo centrado em libertação e crescimento. São Paulo: Paulinas: São Leopoldo, R.S: Sinodal, 1987. (427p.). 

***Todas as imagens foram capturadas no Google Imagens.