Vontade e Destino – Aspectos Polêmicos das Constelações Familiares

Vontade e Destino – 

Aspectos Polêmicos das Constelações Familiares

Autor: Jakob Robert Schneider –

Anotações de estudo –   

1) A CONSTELAÇÃO FAMILIAR -  

O que acontece na constelação familiar?

Resposta: É sempre desafiante, surpreendente.

Representantes que não se conhecem ( que não conhecem a família representada) falam, agem, apresentam os sintomas daqueles que estão sendo representados!

COMO ASSIM?!

CALMA.

Esse fenômeno ainda não é explicado através  do método científico*... por enquanto.  Ah! Bom.

*Aumente seu entendimento: 

* (método científico engloba algumas etapas como: a observação, a formulação de uma hipótese, a experimentação, a interpretação dos resultados e, por fim, a conclusão).

Para aumentar a curiosidade, veja as etapas de um método científico:

Entretanto, já existem estudos em fase adiantada como os que tratam dos 

campos morfogenéticos de Ruppert Sheldrake...que podem nos auxiliar 

nesse momento. (como diria minha sábia avó) vamos aguardar ... logo haverá 

novidades.

2) UMA TENTATIVA DE EXPLICAÇÃO

1) A pessoa configura  a família do jeito que ela percebe ser/estar naquele 

momento e com isso exterioriza sua imagem interna da situação.

2) a posição dos representantes reproduz uma estrutura 

de relacionamentos que está arquivada em nossa percepção, e trazà tona 

a respectiva dinâmica.

3) E agora, as PROVOCAÇÕES.

(movimentam nossa curiosidade e nos colocam no caminho para compreender melhor 

aquilo ainda não conhecemos).

1) Como é que os representantes têm percepções diferentes em configurações semelhantes e às vezes idênticas?

2) Como é que surgem os processos que tocam o cliente de maneira que emoções surgem e fazem sentido para ele?

3) Como é que as emoções acontecem mesmo quando é a Facilitadora da Dinâmica que escolhe os representantes?

IMPORTANTE:

A falta de uma explicação científica para um fenômeno observável não

 destrói a existência do fenômeno.

E depois, os cientistas continuam pesquisando e em breve teremos 

explicações mais bem fundamentadas sobre isso.

4) A ALMA – CAMPO DOTADO DE SABER

A Alma é uma força invisível que agrega as

 diferentes partes do todo e faz com que 

o resultado dessa soma de partes torne-se 

um inteiro maior.

A Alma é um espaço ou um Campo que une tudo o que constitui uma pessoa, 

criando uma identidade.

A Alma é uma experiência psíquica e não pode ser “reduzida” a uma medida 

de, ou seja, não dá para quantificar como se fosse matéria. Criou-se, então,

uma linguagem da Alma. Nessa linguagem é que aparecem as palavras 

liberdade, paciência, espírito, coragem, amor e muitas outras.

Quando se organiza uma configuração do sistema familiar estamos muito

próximos desse campo dotado de saber – A Alma – e as leis que vigoram no

sistema.

Só para lembrar... bem sei que você já sabe, mas vou insistir:

Ordem de Chegada no sistema;

Pertencimento ; 

Equilíbrio no Dar e Receber.

5) AS IMAGENS

Através das imagens temos um grande números de informações 

percebidos rapidamente e como um todo.

Aquilo que é visto no sistema e faz sentido para a pessoa que configurou a família ajuda a sua Alma a ressoar com todos os presentes: a facilitadora e os representantes. 

6) SOBRE FENOMENOLOGIA E VERDADE

Trazemos para o estudo, o próprio autor, para nos orientar quanto ao 

significado de Verdade que deve ser entendido aqui no texto: 

" A verdade nas constelações é antes comparável à verdade de uma peça

teatral. Ela se faz presente, de forma condensada, na imagem e na

 linguagem, permitindo que venha à luz a realidade oculta. As constelações 

não são uma reprodução da realidade de um relacionamento. Elas des-

velam uma realidade, no sentido do conceito grego de verdade (alétheia).

Esta é também a essência da arte. E, como muitas formas de terapia ou de 

aconselhamento, as constelações dão muitas vezes um passo além disso. 

Elas ajudam a assumir a realidade, tal como ela se apresenta e atua, e a 

preenchê-la com amor.” ( grifos meus)

Vamos descomplicar:

1) A Verdade aparece à constelação de modo condensado  através

imagem e da linguagem ( frases de cura);

2) Constelação NÃO é reprodução “ipsis litteris” (tal e qual) do 

relacionamento entre pessoas;

3) Constelação desvela uma realidade. Permite ver a realidade de outro 

modo.  À moda daquilo que estava oculto.

7) FENOMENOLOGIA

De modo, bem didático, a Fenomenologia propõe o seguinte:

a)  toda consciência é intencional, isto é, tende para o mundo;

b) não há objeto em si, independente da consciência que o percebe.

O objeto é sempre para um sujeito que lhe dá significado. Portanto, o 

objeto é um fenômeno. É algo que aparece para a consciência

que o percebe.

Assim.... olha a beleza da “coisa”

Não há fatos com a objetividade pretendida, porque não percebemos o 

mundo como um dado bruto, sem significado. O mundo que percebo é um 

mundo para mim.

E aqui é que podemos nos importar com o sentido dado pelo ao que ocorre 

(aquilo que se mostra).

Há uma rede extensa de significações que envolvem os objetos

percebidos... A consciência é, portanto, doadora de sentido, fonte de

significado. Conhecer é um processo que não acaba nunca, é uma exploração

exaustiva do mundo.

Para fechar:

*Nas Dinâmicas Familiares o que deve ser levado em conta é o que “está se 

mostrando” naquela vivência;

*Fenomenologia – a preocupação central é a descrição da realidade. E o 

ponto de partida para essa descrição é a reflexão sobre o próprio Homem 

e seu esforço para encontrar o que é realmente dado na experiência.

* É a descrição daquilo que efetivamente “se passa” do ponto de vista 

daquele que vive a situação concreta.

*Nesse sentido a Fenomenologia é uma filosofia de vivência.

Por hoje ficaremos por aqui,

Aguardo notícias,

Melhoras para sua coluna!

Com gratidão e reverência aos meus dois fieis 

leitores e a você que chegou até aqui.

Vilma Toneloto.

Para saber mais:

Participe das Atividades do Espaço Flamboyant

Espaço destinado ao Aprimoramento Pessoal 

Curso Livre de Formação em Dinâmicas Familiares 

( teóricos da Constelação Familiar e outros autores).

Vivências em Dinâmicas Familiares em Grupo e Individual com figuras.



Para quem gosta de ler :

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria helena Pires. Filosofando : introdução à filosofia. 2a. ed. São Paulo : Moderna, 1993. 395p.

Texto original: Aspectos Polêmicos da Constelação Familiar

http://www.institutohellinger.com.br/index.php/informacoes/textos-sobre-constelacao-familiar/359-vontade-e-destino.

**Todas as imagens estão no Google Imagem.

  

REVISITANDO A FAMÍLIA

Família *

Família, famílias?!

 No Brasil a Família é vista como uma instituição formadora da nossa sociedade, entretanto delimitar um conceito que seja capaz de expressar todas as possibilidades que a família encerra não é coisa fácil.

Quando pensamos em família geralmente forma-se em nossa mente uma teia de  relações parentais como pai-mãe e filhos e, também, estão contemplados outros aspectos que abrigam famílias mais extensas e, aí teremos que incluir a convivência entre pessoas que nem sempre tem laços sanguineos que os aproximem.

Da Matta, citado por Cerveny, assim referencia família :

 “ (...) ela não é apenas uma instituição social capaz de ser individualizada, mas constitui também e principalmente um valor. Há uma escolha por parte da sociedade brasileira, que valoriza e institucionaliza a família como uma instituição fundamental à própria vida social. Assim, a família é um grupo social, bem como uma rede de relações. Funda-se na genealogia e nos elos jurídicos, mas também se faz na convivência social intensa e longa. É um dado de fato da existência social e também constitui um valor, um ponto dos sistema para o qual tudo deve tender. “ ( 1997 : 34/35).

 

A Família pode também ser vista como  um sistema vivo, um  grupo primário, e como tal tem um ciclo que é próprio a todas as coisas que têm vida: “(...) ela nasce, cresce, amadurece e morre, podendo ou não dar nascimento a uma nova família.” ( Nunes de Souza, 1997 : 123).

Françozo (2003)  nos remete também à concepção de família que cada profissional estrutura durante a formação universitária. Diferentes possibilidades surgem através dos diferentes constructos teóricos que se estabelecem em áreas como psicologia, assistência social, pedagogia, ciências sociais, etc. Além disso, aparece a família do próprio profissional que de modo etnocêntrico acaba assumindo a possibilidade de ser considerada como família ideal mesmo que as relações ali estabelecidas não confirmem a idealização. Vejamos,

 “A família idealizada de que estamos falando convive com a família ‘ teorizada’, o que pode redundar em inúmeros e diversificados ‘ tipos’ de família. Quase poderíamos dizer que cada profissional tem uma única ( no sentido de individual) concepção ou modelo de família. Talvez pudéssemos afirmar que ter ou não um modelo de família não é uma escolha, mas algo que está incorporado ao profissional e também às pessoas.”  ( Françoso, 2003 :  79)

Com características de organismo vivo a família nasce a partir da união de um  homem e uma mulher. Paradoxal, mesmo, é lembrar a fundação da família contada pela Bíblia onde Adão e Eva são colocados no paraíso para crescer e multiplicar, ou seja, formar família e desfrutar das benesses de tão aprazível local. Todavia, todos sabemos que lá não foi moradia da primeira família para todo o sempre como era o esperado. Parece-nos que a exemplo daquela família primeva o convívio familiar até nossos dias não é tão simples e por conta disso lamentamos a perda do Paraíso e festejamos a pertença familiar que nos coube.

Com gratidão e reverência aos meus dois fieis leitores,

Virminha. 

*Trechos da pesquisa-monografia,  feita por mim,    “Avós que cuidam de netos com deficiência visual e surdez”- Cepre/Unicamp. (especialização lato-sensu em: Fundamentos para intervenção em deficiência visual e surdez).

***todas as imagens são do Google Imagens.