Como escolher um tema para constelar
Diversas
são as possibilidades e muito já se disse sobre isso. Podemos configurar temas
sobre saúde, prosperidade, relacionamentos que não dão certo, e muitos outros.
Entretanto,
é necessário que a pessoa que traz o tema esteja vivendo uma situação de “necessidade
de resolução”. Sem essa premência a constelação
fica vazia, chocha. Sem graça mesmo! Ainda que a facilitadora da mesma se empenhe
nada fará essa constelação seguir em frente. Não se constela um tema só para
saber como é que é.
Então,
fui buscar um texto que me ajudasse a compreender o que precisamos saber sobre
o que é um problema. Daí, busquei em Saviani (1996) onde fundamentar essa
questão.
1)-
O autor nos conta que às vezes usamos a palavra problema significando questão e
nem sempre uma questão é um problema.
Ex:
Quantos anos você tem?
É
uma questão e não há nela nenhuma dificuldade em ser respondida. (ao menos para
quem não se importa em dizer sua idade real...) Então, não é um problema,
entendeu.
Ex:
se a pergunta for: quantos meses você já viveu? Embora haja a necessidade de se
fazer alguns cálculos ainda não estaremos diante de algo problemático. Basta
esperar alguns minutos e essa continha será feita com êxito, certo?
3)-
Os professores também usam a palavra problema quando questionam os alunos sobre
a matéria lecionada. E aqui, o resultado do problema proposto é conhecido pelo
professor e se o aluno seguir os procedimentos aprendidos chegará na resposta
adequada.
Entendi.
Então problema ocorre somente quando desconheço a resposta?
Resposta:
Não.
Não
saber a resposta significa simplesmente que eu não tenho o conhecimento. Para o
autor, é uma das formas do senso comum explicar a palavra problema. É algo como
“coisa inexplicável, incompreensível”.
Saviani
ainda continua a provocar-nos quando leva ao extremo tal interpretação dizendo que:
”(...) o fato de desconhecermos algo, a circunstância de não sabermos a
resposta à determinada questão, não é suficiente para caracterizar o problema.”.
E
dá o exemplo: “Quais os nomes de cada uma das ilhas que compõem o arquipélago
das Filipinas. (cerca de 7.100 ilhas!)”. É bem notório que mesmo não se sabendo
as respostas... essa situação não se mostra como sendo problemática, não é
mesmo?
E
ainda tem mais: quando a gente não sabe mesmo e ainda existe a impossibilidade
de vir a saber estaremos diante do mistério. E mistério não é sinônimo de
problema. Aliás, quando se adentra o terreno movediço do mistério, talvez se
resolvam os problemas. É mas isso é tema para outro estudo.
É preciso que o
problema seja problemático!
Para
tudo! Agora! *$#@
Calma...
estamos chegando perto. Garanto.
Aqui
citamos Julián Marias:” (...) o homem moderno, e principalmente a partir do
último século, habituou-se a viver tranquilamente entre problemas, distraído do
dramatismo de uma situação quando esta se torna problemática, Isto é, quando
não se pode estar nela e por isso exige uma solução”.
Assim,
podemos ser levados a pensar que essa é uma situação que envolve a existência
humana ( viver com problemas! Ora, pois sim.). Vemos alguns fenômenos, isto é,
vemos as formas de manifestação do problema. E essas manifestações ao mesmo
tempo em que desvelam a essência do problema, também as escondem.
E
a busca deve ser pela essência do problema. O fenômeno é apenas uma manifestação
do mesmo.
“A
essência é um produto do modo pelo qual o homem produz sua própria existência. Quando
o homem considera as manifestações de sua própria existência como algo
desligado dela, ou seja, como algo independente do processo que as produziu,
ele está vivendo no mundo da pseudo-concreticidade. Ele toma como essência
aquilo que é apenas fenômeno, isto é, aquilo que é apenas manifestação da
essência.”
Qual a essência do
problema?
Resposta:
A essência do problema é a Necessidade.
É
a necessidade que
imprimi ao fenômeno a realidade (“dá a real”) da situação. A manifestação, o fenômeno, então
revela a essência escondida.
1)-
Situações problemáticas são aquelas que nos trazem uma dificuldade que precisa
ser superada; um obstáculo que precisa ser transposto; uma questão cuja
resposta desconheço e preciso saber são, todas essas, situações que se mostram
problemáticas;
2)- Eu posso até não saber a
resposta de algumas coisas, porém, quando eu não sei algo que eu preciso saber,
eis-me diante de um
problema.
Super-legal!
Aos
meus dois fieis leitores agradeço de coração.
Apareça sempre, sua companhia muito
me alegra.
Com
gratidão e reverência,
Vilma
Toneloto.
Para saber mais sobre o texto,
busque:
Saviani,
Dermeval. Educação: do senso comum à
consciência filosófica. 12ed. -
Campinas, S.P : Autores Associados, 1996.- (Coleção educação contemporânea).
Todas
as figuras estão no Google Imagens.
Um testo bem apropriado para se ter um norte para escolher o tema, a situação que se queira trabalhar na constelação, para assim ter um melhor aproveitamento da terapia. Obrigada Vilma!
ResponderExcluirOi, Andréa Rodrigues! Agradeço sua visita e seus comentários.
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