O Fluxo da Vida

"O Fluxo da Vida

 Fechamos os olhos e recolhemo-nos ao nosso centro. Vemo-nos como criança diante do nosso pai e mãe. Olhamos para eles com toda a devoção, como as crianças pequenas olham para seus pais, com os olhos bem abertos e um amor incrivelmente profundo. A maior entrega que já vivenciamos foi essa, olhar para nossa mãe e nosso pai. Talvez, posteriormente, algo tenha interferido, mas agora voltamos para esse amor original.

Olhamos para os nossos pais e por trás deles vemos os seus pais, por trás desses os seus respectivos pais e novamente por trás desses os respectivos pais, através de várias gerações. A vida flui por todas essas gerações até os nossos pais e, através deles, chega até nós. É a mesma vida para todos. Quem a recebeu e a passou adiante fez tudo certo. Ninguém pode retirar algo, ninguém pode acrescentar algo. A vida flui por todas essas gerações com total plenitude. Para a nossa vida não tem importância como as pessoas eram individualmente, se eram boas ou más, se eram reconhecidas ou desprezadas. 

A serviço da vida umas eram tão boas quanto às outras. Assim, a vida também alcançou minha mãe e o meu pai e, através deles, chegou a mim.

Agora abrimos o nosso coração e a nossa alma para a plenitude da vida, de maneira como ela nos alcançou através da nossa mãe e de nosso pai e dizemos a eles: Obrigado. Tomo-a de vocês. Tomo tudo, pelo preço integral, com tudo que lhe custou e me custar. Seguro-a com firmeza e honra. Repassá-la-ei em sua total plenitude; nas circunstâncias que eu puder e for capaz..

Depois recostamo-nos em nossos pais. Olhamos para frente e passamos a vida adiante, como sempre: para nossos próprios filhos, netos... enfim, para as várias gerações posteriores à nossa. Se não tivermos filhos a passamos adiante de outra maneira, a serviço da vida. A vida nos atravessa e justamente quando nos atravessa, estamos mais profundamente ligados a ela, pois a vida, assim como o amor, flui."

Nos veremos logo mais, 

com gratidão e reverência,    

                                                                                      virminha.

Texto de Hellinger

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